O que é periodontite
O que é, o que causa, como é o tratamento e como a essa inflamação pode ser evitada
A periodontite, uma condição inflamatória crônica que afeta os tecidos que sustentam os dentes, é muito mais do que uma simples questão bucal. Seu impacto vai muito além da boca, estendendo-se a todo o corpo e influenciando diretamente a saúde geral das pessoas.
Ao longo das últimas décadas, estudos científicos têm evidenciado uma relação estreita entre a periodontite e uma série de condições médicas graves. Entre elas, destacam-se as doenças cardíacas, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças pulmonares. A inflamação crônica causada pela periodontite pode desencadear respostas sistêmicas no organismo, aumentando o risco de complicações cardiovasculares, desregulação do açúcar no sangue, problemas respiratórios e até mesmo aumentando as chances de um parto prematuro e de baixo peso ao nascer. Além disso, estudos sugerem que a periodontite pode exacerbar a osteoporose, enfraquecendo ainda mais os ossos e comprometendo a saúde óssea.
No entanto, o impacto da periodontite vai além das estatísticas médicas, atingindo também a qualidade de vida das pessoas. A dor, o desconforto e a perda de função causados pela doença podem afetar significativamente a capacidade de comer, falar e sorrir, impactando as interações sociais e o bem-estar emocional dos pacientes.
Em termos de prevalência, a periodontite é uma das doenças crônicas mais comuns em todo o mundo, ocupando a sexta posição no ranking das condições mais prevalentes. No Brasil, cerca de 47% dos adultos com mais de 30 anos são afetados por essa condição, evidenciando a relevância do problema em nível nacional. Além disso, a periodontite é reconhecida como a principal causa de perda dentária em adultos, representando uma preocupação significativa para a saúde bucal e a qualidade de vida das pessoas.
Felizmente, apesar dos desafios que a periodontite apresenta, a doença pode ser tratada com sucesso. Procedimentos como a raspagem e alisamento radicular, cirurgias periodontais e terapias antimicrobianas têm se mostrado eficazes no controle da doença e na promoção da saúde bucal a longo prazo. No entanto, é fundamental ressaltar que o sucesso do tratamento depende, em grande parte, da manutenção de uma boa higiene bucal e de visitas regulares ao dentista para acompanhamento.
O que é a periodontite
A periodontite é uma doença bucal crônica e inflamatória que afeta os tecidos que sustentam os dentes, incluindo as gengivas, os ligamentos periodontais e o osso alveolar. Basicamente, ela ocorre quando as bactérias presentes na placa bacteriana causam inflamação e danos aos tecidos ao redor dos dentes. Isso pode levar a sintomas como gengivas inchadas, vermelhas e sangrantes, mau hálito persistente, sensibilidade nos dentes e, em estágios avançados, à perda óssea e dentária. A periodontite pode comprometer seriamente a saúde bucal e, se não tratada adequadamente, pode ter consequências negativas para a saúde geral do indivíduo.
O que causa a periodontite
Placas bacterianas
As placas bacterianas são uma mistura pegajosa de bactérias e resíduos de alimentos que se acumulam constantemente sobre os dentes e ao longo da linha da gengiva. Quando as bactérias presentes na placa não são removidas pela escovação e pelo uso do fio dental regular, elas podem se multiplicar rapidamente e se tornar mais prejudiciais.
Essas bactérias liberam toxinas que irritam as gengivas e desencadeiam uma resposta inflamatória do sistema imunológico. Essa inflamação crônica, se não controlada, pode levar à periodontite. Com o tempo, a inflamação contínua danifica as fibras e o osso que sustentam os dentes, resultando em recessão gengival, formação de bolsas periodontais e, em estágios avançados, perda óssea e dentária.
Fatores de risco
Diabetes
Pessoas com diabetes têm um risco aumentado de desenvolver periodontite devido à dificuldade do corpo em controlar os níveis de açúcar no sangue. O alto nível de glicose no sangue pode favorecer o crescimento de bactérias na boca, aumentando assim o risco de infecção nas gengivas e desenvolvimento de periodontite.
Tabagismo
Fumar é um dos principais fatores de risco para a periodontite. O tabagismo enfraquece o sistema imunológico, dificulta a cicatrização dos tecidos e reduz o fluxo sanguíneo para as gengivas, tornando mais difícil para o corpo combater as infecções bacterianas que levam à doença periodontal.
Genética
A predisposição genética também desempenha um papel importante no desenvolvimento da periodontite. Alguns estudos mostraram que certas variações genéticas podem tornar algumas pessoas mais suscetíveis à doença periodontal do que outras, mesmo com uma boa higiene bucal.
Má higiene bucal
A falta de escovação adequada dos dentes, o uso insuficiente de fio dental e a não realização de consultas odontológicas regulares aumentam significativamente o risco de desenvolver periodontite. A placa bacteriana se acumula nos dentes e gengivas quando a higiene bucal é deficiente, o que pode levar à inflamação e infecção das gengivas.
Alterações hormonais
Mudanças hormonais, como as que ocorrem durante a gravidez ou a menopausa, podem aumentar o risco de desenvolver periodontite. As flutuações hormonais podem tornar as gengivas mais sensíveis às bactérias, aumentando assim o risco de inflamação e infecção.
Uso de alguns medicamentos
Alguns medicamentos, como certos tipos de anticoncepcionais, antidepressivos e medicamentos para pressão arterial, podem aumentar o risco de desenvolver periodontite como efeito colateral. Esses medicamentos podem afetar a saúde das gengivas e reduzir a produção de saliva, o que pode favorecer o crescimento de bactérias na boca.
Sintomas mais comuns
Gengivas inchadas, vermelhas ou sensíveis
Durante os estágios iniciais da periodontite, as gengivas podem apresentar inchaço, vermelhidão e sensibilidade. Isso ocorre devido à resposta inflamatória do corpo às toxinas liberadas pelas bactérias na placa bacteriana. À medida que a inflamação progride, o tecido gengival pode se tornar mais sensível ao toque e à pressão, podendo causar desconforto durante a escovação ou o uso do fio dental.
Sangramento gengival
O sangramento das gengivas é um dos sinais mais comuns da periodontite. Quando as gengivas estão inflamadas e infectadas, elas tendem a sangrar facilmente, especialmente durante a escovação, o uso do fio dental ou ao comer alimentos duros. Esse sangramento é um sinal de que os tecidos gengivais estão danificados e precisam de atenção odontológica.
Mau hálito persistente (halitose)
A presença de placa bacteriana e o acúmulo de resíduos alimentares nas áreas infectadas podem levar à liberação de gases e compostos odoríferos desagradáveis. Como resultado, os pacientes com periodontite frequentemente sofrem de mau hálito persistente, mesmo após a escovação e o uso do fio dental. O mau hálito pode ser um sintoma constrangedor e impactar negativamente a qualidade de vida do paciente.
Recuo das gengivas
Conforme a periodontite progride, os tecidos gengivais podem começar a se retrair, expondo as raízes dos dentes. Esse recuo gengival pode ser causado pela destruição do osso e das fibras periodontais que sustentam os dentes. À medida que as gengivas se afastam dos dentes, podem formar-se bolsas periodontais, que são espaços profundos entre os dentes e as gengivas onde mais placa bacteriana pode se acumular. O recuo das gengivas também pode levar à sensibilidade dentária e aumentar o risco de cáries radiculares.
Sensibilidade dentária
À medida que as gengivas se retraem e as raízes dos dentes ficam expostas, os pacientes com periodontite podem experimentar sensibilidade aumentada aos estímulos externos, como alimentos e bebidas quentes, frios ou doces. Isso ocorre porque as raízes dos dentes não possuem a mesma camada de esmalte protetora encontrada nas coroas dos dentes, tornando-os mais sensíveis à temperatura e à pressão.
Dentes soltos ou deslocados
Nos estágios avançados da periodontite, a perda óssea ao redor dos dentes pode levar à mobilidade dentária. Os dentes podem parecer soltos ou deslocados devido à destruição dos tecidos de suporte, incluindo o osso alveolar e os ligamentos periodontais. A mobilidade dentária é um sinal grave de doença periodontal avançada e requer intervenção odontológica imediata para evitar a perda permanente dos dentes.
Como é feito o tratamento
Limpeza profunda
Uma das primeiras etapas do tratamento é a raspagem e o alisamento radicular, realizados por um dentista ou higienista dental. Esse procedimento minucioso remove a placa bacteriana e o tártaro das superfícies dos dentes e das raízes, proporcionando um ambiente mais saudável para os tecidos gengivais.
Intervenção cirúrgica, se necessário
Em casos mais avançados, a cirurgia periodontal pode ser necessária para corrigir danos significativos e restaurar a estrutura dos tecidos periodontais. Isso pode incluir a remoção de bolsas periodontais, enxertos de tecidos gengivais ou ósseos e a modelagem dos tecidos para melhorar a estética e a funcionalidade.
Uso de antimicrobianos
Antibióticos ou antissépticos podem ser prescritos para ajudar no controle da infecção bacteriana. Eles podem ser administrados oralmente, como enxaguantes bucais ou incorporados em formulações de liberação local durante procedimentos cirúrgicos.
Cuidados domiciliares
A manutenção de uma rotina de higiene bucal rigorosa em casa é fundamental para o sucesso do tratamento. Isso inclui escovação adequada, uso regular do fio dental e possivelmente o uso de enxaguantes bucais antimicrobianos prescritos pelo dentista.
Acompanhamento regular
Visitas periódicas ao dentista são essenciais para avaliar a resposta ao tratamento, realizar limpezas profissionais e ajustar o plano de cuidados conforme necessário. A frequência das consultas dependerá da gravidade da condição e da progressão do tratamento.
Como prevenir a periodontite
Higiene bucal
Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia e usar fio dental diariamente são passos cruciais para remover a placa bacteriana e os resíduos de alimentos que se acumulam nos dentes e gengivas. Essas práticas simples ajudam a prevenir a formação de tártaro e reduzem o risco de periodontite.
Check-ups regulares
Agendar consultas odontológicas periódicas é essencial para monitorar a saúde bucal e detectar precocemente sinais de problemas, incluindo a periodontite. O dentista pode realizar exames detalhados e oferecer orientações personalizadas para prevenir ou tratar a doença.
Estilo de vida saudável
Evitar o tabagismo, adotar uma dieta balanceada e praticar técnicas de gerenciamento do estresse são medidas importantes para manter a saúde bucal e geral. Esses hábitos saudáveis contribuem para fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de periodontite.
Cuidado com hábitos prejudiciais
Além de parar de fumar, é importante evitar outros hábitos prejudiciais, como roer as unhas ou usar os dentes como ferramentas para abrir embalagens. Esses comportamentos podem danificar os tecidos periodontais e aumentar o risco de desenvolver periodontite.
Tratamento precoce de problemas dentários
Problemas dentários, como cáries não tratadas ou restaurações defeituosas, podem favorecer o desenvolvimento da periodontite. Por isso, é fundamental tratar qualquer problema dentário o mais rápido possível para manter a saúde bucal em dia.
Medidas preventivas adicionais
Em alguns casos, o dentista pode recomendar medidas adicionais, como enxaguantes bucais antimicrobianos ou limpezas profissionais mais frequentes, para ajudar a reduzir o risco de periodontite, especialmente em pacientes com histórico de problemas periodontais.